sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Welcome back my friends to the show that never ends...



O título não é apenas um ‘olá’ a casa abandonada (afinal de contas, criei isso daqui, abri portas e deixei acumular teias e poeira), mas também a principal frase da música e do disco que me apresentou as idéias que serão colocadas nesse texto.
Brain Salad Surgery é um grande disco. Em uma modesta opinião a maior obra do trio Emerson, Lake & Palmer, mas não é o que penso tratar aqui, e longe de ser um texto para se discutir qualidades musicais e criativas (quem sou eu para tratar disso). O jogo em questão é a evolução das mídias para reprodução musical. Escuto agora esse disco gravado em DTS (Digital Theater Systems), com seis canais, me sento no centro da sala e começo a ouvir. Uma experiência considerável, mas, existe algum valor? O que representa essa mudança toda? Será que não se perde nada, uma vez que esse disco foi gravado e lançado em vinil em 1973? E o que se ganha?
Bom, essa história toda veio quando um alguém apareceu com essa gravação em DTS, me explicando todo eufórico da tal ‘tecnologia’ (isso aconteceu há uns 2/3 anos, mas só agora me veio certa inspiração), vindo com a frase: “na época de lançamento do disco, muito fumo foi queimado para se entender isso daí”. Será que o fato de você agora estar rodeado por essa música (pelos seis canais), não se precisa de nenhuma substância para manter os ‘estados alterados da mente’? Seria essa era a idéia dele?
Na realidade, o que também pode ser jogado em questão é a tal necessidade dessas substâncias. Elas são ou eram mesmo necessárias? (não entro em questão de ser um movimento, e nem mesmo o que proporcionou. A questão está apenas no fato de se entender a música) Não foi a questão proposta inicialmente na publicação, mas, tal discussão pode estar relacionada, visto pela fala colocada no parágrafo anterior. O grupo fez uma gravação de show com essa música, foi chamado de ‘Pictures at an exhibition’ (como o álbum – ou como a suíte em 10 movimentos composta para piano por Modest Mussorgsky), e durante a apresentação de 'Karn Evil 9', música que contém a frase do título desse texto, a imagem aparece em negativo e, após um tempo, é trocada por quadrinhos da Marvel. Ouso assim chamar os efeitos provocados pelas imagens ou pelos sintetizadores e o piano tocado por Keith Emerson, superiores a quaisquer outros tipos. Lembro ainda que o músico Frank Zappa (que não tem nada com essa publicação) foi conhecido por demitir qualquer músico de sua banda que aparecesse bêbado ou chapado em um show ou ensaio, além de dizer incontáveis vezes que não usava drogas. Mas quanto a esse assunto (necessidade do uso de substâncias ou não), cabe a cada um ter a sua opinião.
O ponto positivo da gravação em DTS:
1 – Com a gravação do álbum em um cd, ele pode ser ouvido por inteiro, de uma só vez. No caso do vinil, a música em questão teve que ser dividida em partes (mas não se perdeu com isso, uma vez que ele foi editado especialmente para essa divisão existente) – esse ponto não se dá pelo formato de gravação, e sim pela mídia, o cd.
2 – Para um músico, a gravação em 6 canais possibilitou a melhor compreensão de todos os instrumentos. Cada movimento pode ser analisado meticulosamente (possibilita assim até uma melhor interpretação de um ouvinte qualquer).
Porém, defendo o vinil com unhas e dentes. A sensação de pegar a tal bolacha e colocá-la na picape com todo cuidado, para que nenhum dano seja causado, já é algo incomparável. Já ouvi de alguns que isso é maluquice, e de outros, que é uma paixão (às vezes até invejável). Para se ouvir um vinil deve-se seguir um ritual, nada pode ser quebrado (literalmente), e a posição final, de apenas admira-lo girando enquanto toca,... (conclusão para se tirar sua própria conclusão).
Por fim, valorizamos a capa. Ela só é vista hoje em dia como uma arte porque, no seu início, era grande e visível. Deveria ali existir uma arte, algo que chamasse a atenção (que variam. Como exemplo, coloco Grand Wazoo do Zappa e White Album, dos Beatles).
Passamos por evoluções, sim. Respeitamos e valorizamos o antigo, a origem da forma.

Como indicação, o vídeo: http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=gdSHeKfZG7c
E tudo vai sendo esquecido...

2 comentários:

  1. não vou editar essa porcaria de novo, mas vale como informação adicional que eu esqueci de colocar:

    A capa do disco 'Brain Salad Surgery' foi feita por H.R. Giger, mundialmente conhecido por misturar fantasia com robótica e mesmo terror, esta capa só pode ser apreciada como deve na primeira versão em vinil.

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  2. SIM, muitas pessoas precisam pra entender. Desculpe a invasão.

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